30 de março de 2004

Campeões Europeus

Desculpem-me os apologistas da relaização no trabalho, leia-se teórico.

Mas não há nada como alcançar um feito desportivo de realce, um daqueles como nós, Rugby Português, em especial os que estiveram directamente envolvidos nesta campanha de dois anos.

Ter uma grande nota num exame, acabar um curso, fazer um grande negócio, etc... é realmente de uma sensação fantástica, só que falta uma coisa... o Corpo, o uso do corpo de uma forma integral, as emoções partilhadas na derrota e na vitória, o alcançar com expressão corporal aquilo que a mente sonha, a superação das contrariedades e das oportunidades... no fundo a fusão da mente no corpo e do corpo na mente, aquilo que se goza das formas mais distintas que se possa imaginar. Desde o momento do apito inicial ao especial apito final quando o jogo termina como terminou e na realidade ainda não precebemos o o que realmente alcançámos, depois vem o tempo de silêncio onde se revê e visualiza, como se ainda estivesse a acontecer, os momentos que ficam na nossa mente para sempre (engraçado! são poucos os que se referem à partida em termos concretos.) é algo inolvidável (leiam bem esta palavra... exprime muito bem o sentimento do inexplicável). Depois a festa, a comemoração. Depois é o dia seguinte, parece que ainda não aconteceu. Depois a vida segue... e guardarei para sempre algo que não se pode explicar, só se pode sentir depois de vivenciar.

Finalmente aproximei-me... da transcendência deste desporto. Daqui para diante só dá vontade de mais, mais e mais...

Desejo: desejo que muitos mais de nós, jogadores portugueses, no futuro tenham a sorte e a ambição de passarem e repetirem esta experiência.

Ilusão: que este feito dê realmente um 'coice' à nossa modalidade.

29 de março de 2004

Interactividade...

Fico contente de saber que já há pessoal que queira comentar as minhas palavras...

Próximo objectivo: saber como fazer isso para todos comentarem o que quiserem sobre elas e todos poderem ler a vossa opinião.

Eventualmente terei que sair deste endereço para outro, mas a tempo informar-vos-ei.

25 de março de 2004

Proposta de Calendário Época 2004/2005

Disse que não ia escrever mais ... menti! ups

Proponho o seguinte para a competição sénior 1ª Divisão:

Campeonato Nacional:
8 Equipas = 14 jornadas
Inicio - 2º fim de semana (fds) de Set
Fim - 2º fds de Dez

Taça 5 de Out:
5 de Outubro - Feriado

Taça Ibérica:
3º fds de Dez

Campeonato "Super-Clubes"(*):
4 Equipas = 6 Jornadas
Inicio - 1º fds de Jan
Fim - 2º fds de Fev

Campeonato Nacional de 10's (*2):
4 Equipas = 6 Jornadas
Inicio - 3º fds de Fev
Fim - 4º fds de Mar

Selecção Nacional Sénior:
Inicio - 3º fds de Fev
Fim - 4º fds de Mar

Taça de Portugal:
Inicio - 1º fds de Abril
Fim - 4º fds de Abril

Circuito Nacional de 7´s (*3):
Inicio - 1º fds de Maio
Fim - 4º fds de Junho


(*) Competição "Super-Clubes"

Equipas constituidas por 3/2 Clubes Nacionais divididos por Região e Classificação pertencentes à 1ª divisão A e 1ª divisão B:

Equipa 1 - norte - cdup + crav + utad
Equipa 2 - centro - aac + crl + ...

Classificação das equipas do Sul (cls):
Equipa 3 - sul 1 - 1º cls + 3ºcls + 6ºcls
Equipa 4 - sul 2 - 2º cls + 4ºcls + 5ºcls

Os Jogos internacionais de Regiões disputar-se-ão ao mesmo tempo...
Assim escalona-se os níveis de categoria de jogadores: 1º SN, 2º Regiões, 3º Super-Clubes


(*2) Campeonato Nacional de 10's

No 1º Ano as divisões serão feitas através do CN de XV, depois ganham 'vida própria':
1ª Divisão - primeiros 4º da 1ª Divisão A
2ª Divisão - segundos 4º da 1ª Divisão A
3ª Divisão - primeiros 4º da 1ª Divisão B
4ª Divisão - segundos 4º da 1ª Divisão B


(*3) Circuito Nacional de 7´s

Para além do Circuito principal criar-se-ia paralelamente o Circuito Nacional de 7´s dos "1ª linhas".
Este circuito obrigatóriamente teria que realizar-se nos mesmos locais e dias da competição principal.
As equipas dos "1ªs linhas" não necessitariam ser representativas de Clubes filiados na FPR, podendo estas ser de convites.


Analisem...

PS - obviamente, terão que ser criados regulamentos para as novas propostas.

24 de março de 2004

Portugal vs Russia

Será a última vez que escrevo neste Blog até que o suprcitado jogo termine...

É realmente um jogo histórico, diz-se que o mais de sempre... acredito.

No entanto não queria deixar de lembrar que em outros tempos jogámos contra a Itália e França, em jogos memoráveis que terminaram com resultados bastante tangênciais (eu ainda não sabia o que era Rugby).
Li e ouvi por aí, pouca coisa confesso, mas fiquei com a ideia de que a modalidade estava bem mais exposta do que hoje em dia... as razões não me perguntem que não sei. Não vivi nem estudei esse tempo da História do Rugby Português.

Agora... em relação à História que se escreverá... sendo para além de jogador um crente que a modalidade tem bastos predicatos para singrar nos hábitos desportivos dos portuguêses, tenho que fazer as seguintes observações, relacionam-se com o quem vai encher o estádio:

Positivo - Uma série de eventos organizados à volta do Jogo. Os torneios para miúdos e o torneio Feminino. Não sei quem tratou de organizar, esta mais que certa afluência ao estádio ( CRC, FPR ou algum clube local ), esta/ ão de parabéns

Negativo - Realização do torneio de Veteranos no Algarve. Não se entende como um patrocinador e um patrocinado chocam desta maneira na estratégia de marketing (se existir!). Possivelmente nunca acreditaram que esta selecção pudesse trazer um jogo deste calibre para Portugal.
Também não se preocupem... não é por vossa causa que jogo este desporto com toda a entrega que tenho para dar dentro de campo (suspeito que não seja o único...).

Realização do jogo UTAD vs Vilamoura quase coincidente com o jogo. Não sei de quem é a responsabilidade? Se da FPR na calendarização das provas. Se dos clubes por outro motivo qualquer, até poderá haver uma razão válida. (se eventualmente é um jogo que já não dita nada na tabela classificativa, poderia ter-se encontrado um campo próximo de Coimbra para a realização do mesmo de modo a que antes ou depois, os participantes pudessem deslocar-se para assistir à Selecção. Eu sei que poderia dar mais custos de deslocação.)


Ideias para acções a tomar:

» Tratar os jogos internacionais como se de deslocações para jogos oficiais de clubes se tratassem, ou seja, implicaria apenas subsídio de deslocação e seria um grande íncentivo aos clubes para se organizarem de modo a assistirem ao jogo (imaginem o forróbó!!)

» Contactar Departamentos de Educação da Câmara Municipal e/ ou Escolas da zona onde se realiza o encontro internacional, de modo a que se crie o dia da 'Visita ao Rugby'. Só assim se conseguirá encontrar novos praticantes.

Dirão: 'ímpossivel em Portugal.' Já tentaram?? Portugal não dá?? Então em Espanha numa ilha onde se existir um clube de Rugby é sorte, de 1500 espectadores no mínimo 1000 eram miúdos das escolas.. 'ah! Espanha está mais desenvolvida!' Dirão outros.

Então e a Geórgia? Eles estão mais desenvolvidos que nós?? "só faltava vir agora um do contra, dizer que sim!"
Constatei no caminho para o Estádio (Sim! Estádio! Com capacidade para não sei quantos milhares de pessoas), uma quantidade incrível daquelas decrépitas frugonetas de 9 lugares apinhadas de putos.
Pensei: "Escola. Mas ao Sábado? Bolas!!... nós lá já temos disso, mas é só na Universidade" (estamos loucos... já nem o fim de semana se sabe aproveitar... o sistema educativo português é uma maravilha... depois admiram-se que se façam horas extraordinárias, que se leve trabalho para casa, lazer para o trabalho. Uma 'bela' mistura!!).
Mas não! Não é que quando chegámos ao Estádio viam-se putos aos magotes. De onde é que eles vinham??.... tchanam... das reluzentes frugonetas.

» Aproveitar a ideia algarvia: jogo ou torneio de veteranos.

» Divulgação do evento nas Universidades e Faculdades da região e das Cidades onde existe Rugby Universitário

» Convidar personagens públicas que divulgam a nossa modalidade (ex. Marcelo Rebelo de Sousa - não sei como raio ele se foi lembrar de nós (conections? Se sim, não há mais por aí? Dão jeito!). De todos os modos já merece uma retribuição. Não sei se ele está minimamente interessado, mas fica sempre bem. Olha! O João Lagos também já merece.). Convidar personagens públicas que venham a divulgar a nossa modalidade(ex. outros 'artistas' no género do Marcelo (políticos, desportistas (não tem que ser do futebol!), apresentadores/as, artistas de várias áreas culturais, modelos, colunáveis, etc... ainda por cima, muitos destes já tiveram algum contacto com o Rugby (somos uma modalidade universitária por excelencia ou não?)). Convidar outros agentes que possam divulgar a nossa modalidade (jornais e jornalistas. Costumam gostar de canapés!!). Convidar...


Até Sábado em Coimbra



PS - E os clubes? Já começaram a pensar na próxima época? Naaaa... isso de planeamento! Naaa... em cima da hora pomos uns jogos aqui e outros acolá, e logo vemos como se realizam os jogos para apurarmos o campeão e os que descem. As provas internacionais? Essa porcaria que estraga os 'planos' todos da meu clubezinho. As camadas jovens? Isso logo se vê... as deslocações também são baratas... e o que se quer é que os miúdos façam uns joguitos. Formação? Ahn! o que é isso?...

Pode ser que algumas das ideias escritas acima, ajudem a clarificar a importância de um planeamento organizado e estável, porque sem isso é impossivel ter um ponto de partida para realizar seja o que for.

Vamos Crescer?? Uma parte já foi dada de bandeja... a outra pertence a quem dirige.

17 de março de 2004

Placagem

Só para dizer que hoje escrevi alguma coisa...

A placagem é um ponto forte do nosso Rugby, assim o julgamos e outros nos elogiam sobre tal técnica ou disponibilidade para tal, no entanto não me contento... julgo que somos pouco duros, temos coragem mas somos brandos, por isso é que gostam tanto de vir para cima de nós.

Tem que ser o contrário, eles tem que fugir e nós os preseguir, revelo-vos... é nessa altura que se começam a 'partir' meninos e graúdos.

Ora bem, para além da atitude mental e gozo requeridas para ser bom nesta 'arte', exige-se uma elevada técnica de execução do acto, muita dela só adquirida com exposição... é preciso também perder um pouco de tempo a pensar no como e quando, dependendo das imensas variáveis que um atacante tem para nos ultrapassar... (não podem crer tudo de uma vez!... ;-) ).

Aos formadores e outros; existe uma tendência natural para treinar a placagem com o defensor estático ou em pé, no entanto essa forma comum de treinar esta técnica essencial da modalidade cria hábitos que em boa verdade são contrários aos da melhor eficácia no terreno de jogo...

A placagem é uma técnica que provoca o derrube do portador da bola.
Com a intenção de realizar uma placagem 'dura', tal tem que suceder sem ser pela acção própria do atacante. Assim, o placador tem que aplicar uma força superior num ponto fraco do placado (zona corporal ou ponto de desiquilibrio)... normalmente esses pontos ou estão nas extremidades ou precisamente no centro, logo(ou não!) a placagem deve ser executada a partir de um 'perfil baixo' e com aceleração no contacto.

Deixo à vossa imaginação a criação de exercicos técnicos que tenham em consideração este aspectos.

PS - Se encontrarem... partilhem-no. Eu estou interessado.

Ah!!... Já repararam que placar não é agarrar e/ ou parar...

tchau, tenho que ir fazer exercicio fisico.

15 de março de 2004

Cumprir funções

Eu aposto, que possivelmente temos o '5 da frente' mais habilidoso do mundo. Não estou a brincar, é sério... onde já viram a não ser em Portugal, um destes rapazes a fazer fintas de passe, passes pelas costas, 'drops' de calcanhar, 'debordemans'(?) fantásticos, mais as mil e uma coisas imaginárias que nem sequer passam pela cabeça dos mais virtuosos (supostamente) para o efeito, vulgos 3/4s.

Já muitos estarão a pensar, "então este imbecil... e a polivalência. A capacidade de discirnir situações de superioridade numérica. Saber ler o jogo e tomar a opção correcta de jogar ao pé ou à mão e acima de tudo, saber executá-lo... imbecil!".
Mas aí está... estão a tirar juizos antes de tempo... é como os jogadores que são novos e não valem nada, passado uns anitos aí estão eles a partir loiça que se farta e perguntam-se 'donde é que veio este tipo? Qual? Aquele? Não pode ser...'

Vamos ao que interessa. Enumerem-me mais de uma mão cheia (se forem capazes) de jogadores do '5 da frente' que realmente cumpram as suas funções, entre elas: sólidos e estáveis na FO, 'gato sapato' no ALI, aterradores num Ruck, posição corporal correcta num Maul, devastadores nas poucas oportunidades que têm para placar ou em campo aberto com a bola na mão...

Mais uma vez... será a nossa formação de jogadores incorrecta? Serão os nossos regulamentos para as camadas jovens inadaptados para as necessidades do Rugby Nacional?...

Pensemos e actuemos. Vamos criar 'HOMENS MONTANHA'... entretanto, os jogadores que o puderem ser mas não irão a tempo de uma eventual formação correcta, espantem-me! Ando louco para encontrar gente assim!...

...epá, nem que seja pelo desafio de vos derrubar... façam-me melhor jogador.



'COOL'

Vou ser curto, espero!

Tenho reparado nestes últimos tempos(época desportiva), se calhar antes já era assim, a uma onda 'cool' de encarar os treinos.

Bem sei que há dias que a vontade de treinar não é a maior. Que sabia melhor ficar em casa ou ir a outro lado qualquer(pensamos nós!). Que estamos realmente cansados do dia. Etc. . Compreende-se... há dias e dias.

Agora o que me tem irritado solenemente é a constante 'pinta' enjoada antes do inicio dos treinos. "ia, estou com uma vontade...", quando na realidade não sentem isso mas proporcionam-se a entrar no treino completamente desconcentrados e com pinta, de quem faz um frete ou um favor por estar ali.

Se não querem, não vão. Niguém vos pediu para ir treinar, foram voçês que resolveram praticar desporto de competição.

Essa pinta 'cool' imberbe, infelizmente já começa a ter reprecursões nos mais velhos/ experientes (eu próprio já me encontrei a dizer essas coisas estúpidas sem sentido algum), vale que estes já tem idadezinha(alguns!) para rápidamente ligar e desligar o interruptor... os putos, coitados, pensam que é assim que se está na mentalização correcta para serem jogadores de jeito.

Só acordam quando um treinador tem que se exaltar, ou, os castigar... triste figura a vossa.
Tamanho

Já é a 3ª vez que tento escrever sobre este assunto, o raio do computador tem caído sempre que estou a terminar o 'post', como sou de escrever ao 'correr da pena' a ideia ja está meio esbatida, mas vamos lá...

Uns nascem, outros fazem-se e outros estragam-se.

Por norma dou mais crédito aos que se fazem, os que ja nascem geralmente estragam-se... é a velha estória de 'Deus dá nozes a quem não tem dentes'. Agora, o que vale a pena reflectir é como é que tal acontece.

Não há dúvida que o Rugby português necessita de tipos grandes (não venham com a desculpa que somos um povo pequeno, as outras modalidades têm esses tipos - talvez falte alguma estratégia federativa para atrair esses atletas, não sei?! Fica no ar a possibilidade de se poder fazer alguma coisa nesse sentido.).

No entanto, esses 'grandes' existem, poucos... mas eles andam aí. O problema é que a maior parte das vezes são os jogadores mais relaxados de todos.

Poderá ser um problema de competitividade interna, o que faz com que estes não se dêm ao trabalho. Se assim for, desculpem-me os 'grandes' mas tal atitude é de uma falta de carácter impressionante, a partir do momento em que entramos nesta modalidade todos sabemos que estamos aqui para dar o máximo pelo próximo (eu sei que também há 'pequenos' com essa atitude, mas desses nunca rezerá a História, há muitos mais outros com o crácter correcto). Por isso, aos 'grandes' pede-se que superem os 'pequenos' no desempenho do seu próprio papel dentro de campo... e isso implica trabalho!
Não venham com a desculpa que 'a nós custa-nos mais porque somos mais pesados', o corpo humano humano está muito bem feito para isso ser desculpa. Se são maiores; terão alavancas maiores, terão massa muscular maior, etc. . O que produzirá um desmpenho +/- proporcional aos 'pequenos'. (O Rugby internacional é um bom exemplo)

Mas, o problema pode não estar no indíviduo 'grande', pode estar nos formadores... lá porque o rapazinho é gordo e pesado ou alto e desengonçado não é um 'coitadinho'. Dar-se a desculpa de incapacidade de execução das acções técnicas, tácticas e fisicas, é um erro. Com certeza é-lhe mais dificil, mas daí a incapaz!... No entanto são miúdos que dão um jeitão na competição e como tal jogam a titularíssimos: intimidam, andam com 3 adversários às costas (apesar de terem péssima técnica de contacto e não saberem discernir situações de vantagem numérica), ganham com facilidade os ALI, são idolatrados pelos 'pequenos', etc. ... no entanto são jogadores que normalmente não fazem diferença no escalão Sénior... os 'pequenos' já rebentam com os 'grandes'.(até tem um 'sabor' especial!).

Os 'grandes' geralmente são jogadores que se geram sem qualquer atitude mental capaz de superar contrariedades, sem mentalidade trabalhadora, com grandes falhas técnicas, sem noção do seu objectivo/ papel principal e fundamental dentro de campo... cabe a quem tem a sorte de ter jogadores com estas potencialidades, não deixar que tal ocorra.

Espero que com este 'post' tenha picado ou acordado os 'grandes', assim como os seus formadores e treinadores... espero ver a resposta dentro de campo. Quero ter a oportunidade de um dia, num campo português, realmente admirar um 'GRANDE'.

10 de março de 2004

Apoio

Um principio básico do Rugby, amplamente transmitido a outros no Rugby português, aliás, possivelmente até é visto como uma imagem de marca do nosso Rugby, julgamos nós!! Parece-me que se somos bons no apoio, não é no atacante, mas sim no defensivo... há sempre mais um chato que não larga!
No atacante alguns já vão sendo regulares, mas na minha opinião ainda estamos muito longe de ser bons... é uma questão de noção de jogo(poucos o têm).

Mas não quero entrar por aí, o que me parece, e quase sempre é assim, a culpa não é dos jogadores mas sim dos treinadores, pode ser também da sociedade... julgo que há algo errado quando transmitimos o conceito de apoio.

O apoio hoje em dia pratica-se colectivamente mas individualmente. Ou seja, já todos sabem o que é apoiar, é estar "atrás" do portador da bola, depois a bola há-de me vir parar às mãos, eu faço uma jinga-joga e se eu não conseguir passar há-de estar lá alguém para receber a bola. Certo?

Não. Errado. O sentido colectivo de apoio assim não existe... muito raramente essa forma de jogar não tem sucesso contra uma equipa coesa. (eureka!!! Pergunto-me?? Estará aí o segredo ou falha no resultado da final do campeonato do mundo: Inglaterra vs NZ).

Há que transmitir a noção de apoio colectivo. Isto é, a relação portador da bola - apoio tem que ser recíproca. O portador da bola tem que criar espaços para o apoio penetrar(esta concepção não pode pertencer únicamente aos ditos criadores de espaços, nomeadamente médios e centros), só assim uma equipa deixará de depender das suas individualidades para alcançar o sucesso.

Em Portugal já tivemos um bom exemplo disso (que eu tenha presenciado), O Cascais dos anos de ouro e anos anteriores.
Nos anos anteriores jogava como hoje se está a jogar em Portugal (cheio de individualidades com resultados fantásticos e jogos de encher o olho(hoje em dia isso é ímpossivel porque as defesas evoluiram muito mais rápido que o ataque), mas perdiam sempre contra equipas coesas e com fio de jogo (ex. SLB e CDUL)).
Quando começou a ganhar, o que mudou foi exactamente a concepção do apoio. Começaram a jogar uns para os outros e não uns com os outros.
Colocação de avançados na defesa a partir de 'faltas'(p.p., p.l.).

Parece-me que no Rugby português se dá pouca atenção a esta situação. E é simples, talvez por isso a desatenção.

Confesso, só este ano prestei-lhe atenção. Quando os argentinos do meu clube repararam na desorganização da equipa júnior nessa situação e quando tive a confirmação, através reorganização defensiva posta em prática.

Antes era, ponham-se à frente deles e pronto, depois recolocam-se consoante a situação. Em verdade, este tipo de orientação, não ajuda nada os jogadores... é bem mais fácil saber onde me coloco e quais linhas de corrida a seguir após uma fase estática tal como a FO e o ALI... ora, se virmos as faltas como se de uma fase estática se trata-se, por lógica natural, ajudaremos os jogadores a serem mais eficazes na sua actuação, damos-lhes assim mais uma base de partida para recomeçar e definir as acções a tomar.

Como tal, a proposta, ou melhor, a divulgação da colocação dos jogadores é: 1ªlinha ao centro, um 2ªlinha de cada lado, um 3ªlinha do lado fechado e os outros dois 3ªlinha do lado aberto.
Como é óbvio, nada é linear no Rugby, o que se expõe em cima é uma distribuição natural por posições (desfaçam um FO e básicamente é o resultado que se obtem). No entanto é possivel fazer esta distribuição por caracteristicas fisicas(corpolência/ mobilidade) ou técnica(placagem), que na generalidade são semelhantes às posições. À que ter também em consideração o lateralidade da falta.

Tendo em consideração as caracteristicas das equipas e dos avançados Portugueses, tal nem sempre se verifica... ou temos um Talonador pequeno, ágil e placador; um 2ªlinha que práticamente só serve para os ALI ou pequeno mas ágil(por vezes placador); um 3ª linha excelente atacante mas pouco defensor... como tal, com estas duas variáveis (fisico/ técnica) caberá ao treinador dispor os seus jogadores da forma mais de acordo com o que pretende.

(lado fechado » lado aberto)
Colocação básica:
6 5 1 2 3 4 8 7
Outra:
6 2 5 1 3 4 8 7
.
.. agora, brinquem com as variáveis!!!...

3 de março de 2004

é só para avisar que na próxima 2ªfeira o blog vai passar a ser:

www.rugby-ideiasoltas.blogspot.com

muda só o tracinho
Artista.

Ontem ouvi esta palavra num determinado contexto que me fez pensar... normalmente é um termo que se utiliza no desporto como prejurativo. Tipo "olha-me o artista!!", aquele que parece que faz muita coisa bonita mas no fundo não faz nada, o que os futeboleiros chamam de 'brinca na areia'...

Ora o Artista no que realmente é, ou seja, no seu concreto. Normalmente é visto como o indíviduo que representa, por exemplo, num palco.
Ou é bom ou é mau. Independentemente da sua capacidade para representar, há algo que o público não admite e muito menos o próprio. Esse algo é o erro...
Não é concebivel para uma bailarina falhar a contagem(sim! são oitavas. (acho eu)) para os passos de dança determinados pela coreografia, tal como um acorde numa música a meio de um concerto, ou uma deixa no teatro...

Ora, para alcançar esta 'prefeição', estão por trás muitas horas de 'trabalho' suor e lágrimas, mais do que nós, os do Desporto dito convencional. E porquê esta afirmação??? Porque a eles e neles, não se admite um erro que seja num espetáculo.

É engraçado... num bom jogo, reparamos que uma das razões foi o facto de terem ocorrido poucos erros.

Parece-me então que isto da 'representação' é algo inerente aos dois mundos; 2, porque o Desporto em Portugal ainda não é 'show bizz', muito menos nós... mas antes do 'show bizz' ser como é, foi como nós somos.

Não quero perder-me... mas estão aqui os gajos a irritar-me, com a merda de umas gravações... mal feitas ainda por cima.

Seguindo... Dada esta analogia, parece-me que o 'artista do desporto' está mal catalogado.
Queiramos nós ser verdadeiros artistas, para podermos desempenhar verdadeiros espetáculos. Sem receios, sem vergonhas, sem nada que nos possa diminuir... mas acima de tudo, goze-se o momento da vivência, da realização de actos que julgamos ser inatíngiveis, tudo o demais vem por acréscimo... quem está lá dentro é quem se diverte mais, são esses que têm a oportunidade da transcendência.

PS - Uso a palavra 'receio'(e!e!), pois proibo-me a utilizar a palavra 'medo'... quem está nesta modalidade sabe que dentro de campo isso não pode existir. Ao jogador a quem ocorre uma sombra deste sentimento, 1 conselho... DEIXE DE JOGAR.
Se não souber reconhecer o que é esse 'medo'(a maior parte das vezes a falha não está no, não conseguir fazer, está no, não saber). O sintoma mais comum é a auto-desculpabilização.
Se reconhecer este sintoma e quiser continuar a jogar, parabéns! Parabéns por ter resolvido começar a ser definitivamente um jogador de Rugby.

1 de março de 2004

BOM DIA!!!

Hoje ocorreu-me o facto de que nunca mais vi ex-jogadores que tenham recentemente deixado de jogar, envolvidos com a modalidade. Bom, talvez alguns, mto poucos. Os que ficam geralmente é porque continuam uma carreia "semi-pro", os outros desaparecem completamente do panorama, talvez vão ver um jogo ou outro, mas não continuam activamente envolvidos com a modalidade. É algo que me faz um pouco de confusão... agora a questão que se coloca é. Porquê? A razão será... por estudos; por trabalho; por namoro ou casamento; etc.? Mas, também, quando jogavam já não tinham essas actividades? Por sinal, conciliação bastante mais desgastante que o dirigismo. Mais, não acredito que o gozo que o jogo proporciona desapareça totalmente e que não dê vontade de continuar ligado.(digo-o por experiência própria).
Como tal, só me ocorrem duas razões: falta de motivação e/ou falta de reconhecimento... julgo que a 1ª é relativamente dependente da 2ª (embora nem todos tenham essa necessidade. Não é crítica. É assim que as pessoas são).

Só uma outra constatação... porquê que os jogadores estrangeiros saem do Rugby Nacional com 3 jogos de despedida mais uns quantos torneios!! Mais não sei quantas festas de comemoração pelo que contribuiram por 1 ano, 2, 4 anos que estiveram no País??? E os "portuguesinhos" que jogam desde que são crianças, que jogaram nas selecções nas várias camadas jovens, que foram internacionais 'A' não sei quantas vezes, que contribuiram decisivamente em momentos históricos e inolvidáveis do Rugby Nacional, quer em termos de clubes quer de Selecção nas variantes de 15 e 7's... onde é que estão esses? quem se lembra deles? Parece-me que a resposta ao porquê, é um problema de visão interna (mesquinhês??). o problema é que não sabemos cuidar da prata da casa...

Qual é o treinador que não gostaria de ter dirigentes, observadores e mesmo adjuntos com a vivência de Rugby internacional a dar apoio. (eu sei que existem obtusos individualistas). Imaginem ter o apoio de alguém que tenha deixado de ser jogador e conheça prefeitamente as necessidades, o sentimento e a ambição que têm os jogadores... os mesmos ainda podem ser uns conselheiros fantásticos de jogadores inexprientes...

Meus Senhores, Dirigentes e treinadores, imaginem o que há a ganhar, e há mais aspectos dos que apontei agora, com o aproveitamento destas pessoas!...

Não! Não são eles quem tem que oferecer-se, são voçes que têm que lhes propor.

Espero que não seja mal entendido nas minhas palavras, tudo o que possa parecer ofensa ou critica negativa, não o é. Não o é, porque não acredito que as gentes do Rugby sejam assim. É apenas a minha forma de exprimir a repugnação que tenho à mania da 'pequeninice' portuguesa, que afirmo novamente... não acredito que essa seja a forma de estar das gentes do Rugby português, apesar de sermos portugueses...