Entrega
Há momentos que nem o tempo nem a distância apagam, ficam conosco para o bem e para o mal. Utilizamos essas memórias, quando menos esperamos e quando mais queremos. Sabe bem...
É nesta entrega que se define o que realmente queremos na vida. Geralmente estamos constantemente a representar papéis perante outros e para nós, mas quando nos entregamos de corpo e alma a determinadas situações, obectivos e pessoas... aí não representamos, somos nós no mais puro sentido do eu... acredito que quando isso acontece, somos realmente bons no que fazemos (bom... pelo menos puros), porque o fazemos com gozo, com divertimento, a ambição de fazer ainda mais e melhor é uma sucessão natural das nossas acções, por vezes não compativeis com as nossas capacidades ou com outros. Mas o quê que isso interessa, quando nessas alturas sentimo-nos felizes e contentes como ó caraças?... As consequências logo se vêm... à que aproveitar o momento (carpe diem!)
Agora se pegarmos nisto e transportar-mos para o Rugby. Sabem? Aquele Desporto que nós fazemos, assim um pouco bruto... dizem!
Todos os momentos de superação tornam-se a delícia da nossa exprimentação. É aqui que a dor passa ao lado, é aqui que somos poderosos, é aqui que somos imbatíveis, é aqui que nos sentimos imortais... o tempo pára. Nada mais existe a não seres tu e os teus companheiros na procura de um objectivo comum, mas tu nem te aprecebes que esse objectivo está la, porque nesse momento tu não estás neste mundo, estás noutro, onde o gozo é tão grande que não queres sair de lá... até que se ouve um apito tocar 3 vezes...
acorda...! tchau mundo etéreo, olá realidade.
8 de setembro de 2004
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2 comentários:
Caro Paulo,
Finalmente o meu Macintosh decide colaborar ou os autores (leia-se "programadores") deste Blog resolveram as incompatibilidades... seja como for, posso finalmente dar "eco" das leituras regulares que faço deste teu espaço.
Sobre a "entrega" há realmente tanto a dizer... ou talvez haja tão pouco, talvez a "entrega", ao nível do Rugby, se englobe no campo das "verdades que não se dizem e apenas se sentem" como alguém escreveu...
Como é possível explicar a maravilha desse momento que é a força conjunta da melée? como é possível explicar que o companheiro do lado pode ser alguém com quem no balneário até discordaste de qualquer coisa... e porém.. naquele momento... naquele segunto, consegue-se o milagre da "unidade"!! Ser "uno" com outros 7.!!! São sensações que as palavras (ficasse eu aqui a escrever vários dias) nunca conseguem transmitir... são momentos que nos fazem ir mais longe, esquecer as dores, o suor, que nos fazem esquecer a vida em si.. pensar em tudo sem pensar verdadeiramente em nada...
evocando um post teu mais antigo, penso que estará no campo.. da "Superação".
Fica a alegria da partilha com quem já sentiu isto e o lamento a alguns que, por vezes com vários anos na modalidade, nunca o conseguiram sentir.
Parabéns pelo Blog, continua... fazia falta um espaço assim.
João Peral
Só para dar a conhecer:
espacorugby@blogspot.com
em breve colocarei um link para este blog.
Abraço
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