23 de abril de 2004

Descentralização

Convenhemos. Somos uma modalidade de poucos para poucos: poucos Clubes, poucos jogadores, poucos treinadores, poucos árbitros, poucos dirigentes, poucas Cidades/ Vilas, pouca representatividade, pouco visionamento, etc. etc. etc.
Como tal, julgo que a única forma de nos validarmos como modalidade desportiva é expandirmos, aumentarmos os números.

Assim, julgo que o caminho a ser precorrido para o crescimento da modalidade passa pelo título que dei a este post.

Não se julgue que estou para aqui a cantar à regionalização, porque: os de Lisboa são o centro do mundo Rugbystico português (até parceria que não jogo nessa "região")... e assim não é possivel crescermos... e que parece que nós de Lisboa só queremos jogar entre nós, etc... balelas!! (os obtusos dirão que assim é que é bom - "Que chatice. Viagens que nos tiram o fim de semana todo!". Falta ainda as gentes do Rugby português entender que isto é uma forma de vida e não uma coisa que se faz na vida, mas bom...)

Acredito que a descentralização do Rugby Português passa por um crescimento em espiral dos centros nevrálgicos da modalidade: Porto, Coimbra, Lisboa, Évora, Loulé.

Não se compreende que a cidade do Porto só tenha 1 Clube e que a região do Norte e os seus respectivos Clubes não cimentem as suas Escolas.
Também não se comprende a não criação de eixos do Rugby de: Porto - Arcos de Valdevez, Porto - Vila Real, Porto - Aveiro, Porto - Braga(? - criação de clube)

Com Coimbra urge a expansão a Vilas próximas à semelhança do que sucede com a rivalidade com a Lousã.
Criar eixos: Coimbra - Lousã, Coimbra - Bairrada, Coimbra - Leiria(? - criação de clube)

Em Lisboa a expansão em "mancha" a Norte e à Margem Sul já deveria ter acontecido há 5 anos atrás.
Deve criar-se os eixos Lisboa - Caldas da Rainha, Lisboa - Santarém, Lisboa - Setúbal e consolidar o eixo Lisboa - Cascais
Devem também criar-se o eixo radial: Cascais - Caldas da Rainha - Santarém - Montemor - Setúbal

Évora tem uma situação semelhante à de Coimbra. Logo, julgo que a mesma estratégia aplica-se.
Os Eixos seriam Évora - Montemor, Évora - Elvas, Évora - Beja(? - criação de clube), Évora - Portalegre(? - criação de clube)

Quanto a Loulé, parece-me que "deter" Faro é essencial. E, para já, criar o eixo Vilamoura - Loulé - Faro(? - criação de clube). Procurando mais tarde uma expansão em linha a Este até Vila Real de Sto. António, a Oeste até Lagos passando por Portimão.

Julgo, que se esta ideia se concretizar, então poderemos começar a pensar que realmente temos uma modalidade representativa do País e então iniciar uma 2ª expansão que nos permita entrar pelo território nacional dentro.

Obviamente que para a efectuação deta ideia é necessário delinear estratégias e criar objectivos, bem como, modo de procedimento, formação de técnicos, etc. . No fundo elaborar um projecto que passaria pela alta responsabilidade da FPR a quem delegaria funções operacionais às suas Associações.
nota: seria necessário criar associações ou comissões do Alentejo e do Algarve ou Alentejo/ Algarve.

Questão:
Será isto, sonhar?... Mas também! quem acreditava que seriamos Campeões Europeus de Rugby Amador?

aahhh... desafios!! que gozo... quem manda, já não sente aquilo que vos levava para dentro de campo?

19 de abril de 2004

Jogadores: Estrangeiros e Portugueses

Julgo que as pessoas estão enganadas em relação aos estrangeiros que pululam no nosso universo rugbystico... a maior parte deles não fazem diferença dentro de campo, dão consistência e pouco mais que isso.

O erro está na avaliação dos jogadores portugueses... já não somos o que éramos e já não é um estrangeiro qualquer que faz diferença em Portugal. Nós evoluimos, é um facto comprovado pelos resultados internacionais, alcançados quer por selecção quer por clubes.

O valor destes estrangeiros poderá também não ter o mesmo dos anteriores, convenhemos que em verdade já passaram pelo Rugby português, jogadores que posteriormente representaram e ainda representam organizações como...: Clubes profissionais italianos, competição NPC (Nova Zelândia), Província de Bolland (Afr. Sul), Munster (Irl), Western Stormers(Afr. Sul), Selecção Nacional de 7's da Austrália (em HK7's), Selecção Nacional de 7´s da Fiji (capitão nas Comonwealth Games), Selecção Nacional África do Sul (Campeã do Mundo)...

Dito isto, qualquer estranjeiro que vier, para fazer diferença, tem que ser mesmo bom.

Interrogo-me. O que se dá a um jogador estranjeiro e a um jogador português, para a prática da modalidade?? A diferença é clara, como tal o 1º tem a obrigatoriedade de fazer diferença.
Parece-me no entanto que a culpa não é só destes, é também da classe dirigente que contrata um atleta sem lhe oferecer condições de trabalho e sem obrigá-lo a treinar, segundo um plano de treinos adequado a um profissional.

Com isto, coloco a questão:
E se esse dinheiro investido num estranjeiro for aplicado em condições de treino, material de apoio, equipa técnica especializada, etc. em prol dos jogadores portugueses?...

Quanto custa um estrangeiro? Digo eu, por volta dos +/- 1.000 eur mensais(?), fazendo contas a: viagem, casa, contas da casa, ordenado, alimentação, gasolina, outros... pronto! Que sejam 750 eur * 8 meses = 6.000 eur * 2/ 3 estranjeiros = 12.000/ 18.000 eur - época. DEUS DO CÉU!!!

Julgo que se deve repensar em quem e como se aplica o dinheiro... se for em nós, portugueses, os bons resultados a curto prazo serão um dúvida; mas a longo prazo, serão sem dúvida, enormemente positivos.

Esta é a minha crença no jogador português e na capacidade de desenvolvimento desportivo da nossa modalidade.

14 de abril de 2004

Arbitragem

Não venho para aqui falar mal dos árbitros, porque em parte se eles não vão ao encontro das pretensões dos jogadores é porque os Clubes, também não participam no diálogo com esta classe e muito menos trabalham para encontrar indíviduos com boas capacidades para exercerem essa função, tão escassa em Portugal.
Como prova, recordo a convocatória que o CA fez a todos os Clubes a participarem numa acção conjunta à uns tempos atrás e na qual só participou a Agronomia.
Outra prova, é também, o facto de a maioria dos árbitros portugueses serem originários de um só Clube.

Assim cabe aos ditos existentes árbitros tentarem desenvolver-se por auto-recreação. Como tal, passo a enumerar pequenos pontos que julgo contribuirem para a melhor prestação dos mesmos (Atenção, não pretendo ensinar o Terço ao Vigário, aliás alguns promenores foram-me ensinados por actuais Árbitros. Pretendo apenas contribuir para a melhoria do Rugby em geral):

1. O Apito - A diferença de tom, ajuda e muito a um jogador apreceber-se, que tipo de infracção se cometeu: longo - falta, curto - erro/ paragem. Outro aspecto, já repararam que alguns árbitros internacionais apitam alto-baixo-alto, qual é a razão? Julgo que é uma combinação de sons bem mais audível e que prende logo o jogador. É uma coisa a ser exprimentada e analisada.

2. A Sinalética - Um Árbitro não está no meio do jogo a 'brincar' sozinho!! Todas as decisões que toma influênciam o jogo (já repararam... quem toma mais decisões num jogo?? Pois é). Se assim acontece, obviamente todos(jogadores, treinadores, espectadores) querem saber porque raio de razão, o homem apitou outra vez. Isto implica que a sinalética secundária seja clara, evidente e confiante sem ser autoritária.

3. A Razão - Sempre que um árbitro toma uma decisão este deve explicar a razão e não dizer que "é assim porque eu entendo que seja", obviamente não é para estar ali num discurso interminável, para isso se criou a sinalética secundária.

4. A Honestidade - Entrar no jogo de compensações é o principio do fim de um árbitro, todos topam. A única coisa que fazem é contribuir para o vosso descrédito (já ouvirem dizer, "epá coitado, ele nem rouba! o problema é que não sabe nada disto. Coitado!" - devo vos dizer que é comum ouvir estas palavras entre jogadores, treinadores e dirigentes).

5. A Violência - Lá porque vocês acham que aquele tipo até merece levar uma 'pêra', porque está a estragar o jogo. Vocês não são jogadores, foram! Agora são árbitros... a solução é simples, "porque que aquele tipo levou uma 'pêra'?", "estava onde não devia ou o agressor é um anormal?".
No 2º caso a solução é simples = encarnado.
No 1º caso a solução é prevenir que o 1º infractor vá ali parar. Como? Prevenção oral, se não resultar = amarelo por falta profissional. De todos os modos deve-se ademoestar o agressor.

6. O Pisar - Meus Senhores!... Ruck é Ruck! Quem está lá não estivesse! É isso que básicamente diz a Lei.
Cabeças fora nada... asseguro-vos, a confusão do jogo no chão acaba num ápice. Vejam os jogos da Parker Pen Shield.

Este é o meu ponto de vista como jogador e treinador.

12 de abril de 2004

DOR

Esta é uma sensação constante da vida de um jogador de Rugby que se preze, pelo menos a maior parte do tempo...

Aqueles que não conseguirem viver e lidar com ela estão a meio caminho de não conseguirem superar-se e como tal não serem capazes de serem jogadores realizados.

Aqueles que constantemente se limitam por 'dorzinhas', à partida estão a claudicar a possibilidade de serem realmente bons jogadores.

A dor, é, ossos do ofício.

7 de abril de 2004

Visita ao 1º Ministro

Pois é, hoje lá vamos nós ser recebidos pelo Sr. Dr. Durão Barroso... será que saem daqui consequências benéficas???...

De todos os modos vou dar umas ideiazitas sobre o que poderia/ deveria ser alterado a nível da legislação para se obter melhor rendimento dos desportistas portugueses... são ideias que não me parecem descabidas (ah! não vou falar de artigo xº, n. y - nem sei do tema para poder falar deles)

Assim:

1º - Tornar a Lei do Mecenato realmente atractiva. Como está, nenhuma empresa tira reais benificios nas modalidades que não têm exposição mediática, ou seja, não vale a pena por dinheiro num Desporto que não tem retorno publicitário... assim! Anda-se no ram ram, à custa de uns tipos simpáticos que lá dão uns trocos para a manutenção da actividade dos Clubes, mas que claramente é escasso para se pensar em projectos de desenvolvimento desportivo.

2º - Visto que em Portugal uma empresa ter um jogador seleccionado é mais uma chatice do que um motivo de orgulho (imagem da cultura desportiva do País). Há que tornar este individuo uma mais valia para a companhia. Como??
As empresas que cedam estes empregados deverão ter uma compensação financeira pelo que este pode produzir quando ausente do seu trabalho - ninguém emprega um tipo para lhe pagar um salário sem tirar da função dele, algum lucro - num relação, por exemplo, de 30% do ordenado do indíviduo, ou outra relação que se julgue mais adequada.

3º - Aquando dos trabalhos de Selecção Nacional, o dito eleito deverá ser requisitado num plano de atleta profissional. Ou seja, no referente a Rugby, no período de Fev a Abr essa pessoa deve estar unicamente ao serviço do País, tendo como única ou principal função, o desempenho da actividade profissional de jogador de Rugby (obviamente que para tal o 2º ponto tem que estar contemplado).

Parece-me que com estas 3 medidas poderia fomentar-se, mais e melhor desporto federado (ponto 1º). Propocionar meios para alcançar feitos desportivos internacionais de relevo (ponto 2º e 3º).
Atrair o sector privado no fomento da prática desportiva (ponto 1º e 2º).

2 de abril de 2004

Já consegui!!!

Desculpem ter demorado tanto tempo a escrever outra vez, mas andei a tentar descobrir como se poderia comentar o meu Blog... de hoje em diante estejam à vontadinha...

Ao premitir comentários, faço-o com o intuito que sejam construtivos.

Mais, qualquer comentário que não venha identificado com 1º e último nome.. esqueçam, eleminarei assim que detecte-o.

Outros que sejam assinados em nome de outra pessoa e que essa mesma pessoa não seja a autora - idem, idem... aspas, aspas

Assim, bem vindos e que contribuam para o desenvolvimento da modalidade através da partilha de ideias... pode ser que alguém com poder para fazer as coisas, realmente se resolva a fazer.