26 de fevereiro de 2004

'Estrangeirismos'

Já devia ter começado isto mais cedo... quando me levantei da cama tinha as ideias frescas.

Nos últimos anos temos tido uma série de influências estrangeiras que nos ajudaram a ver o Rugby de outra prespectiva e em alguns casos até ajudaram a subir pequenos degraus a jogadores e treinadores. Infelizmente o mesmo não se reflectiu na organização desportiva, desculpem-me os responsáveis por esse desenvolvimento, mas essa é a verdade.

Se por um lado esta influência nos tem ajudado a desenvolver, parece-me que por outro lado nos tem ajudado a cegar.
Digo isto porque, o que se tenta fazer no Rugby Português é copiar e não adaptar:
Pretende-se jogar à Neo-Zelandesa quando a constituição fisica dos nossos atletas não se assemelha minímamente à deles, nomeadamente a nível de centros.
Pretende-se jogar à Australiana quando a capacidade de disponibildade fisica e mental para o jogo requerem um atleticismo que a própria educação fisica escolar portuguesa não possibilita.
Pretende-se jogar à Francesa quando o nosso nível técnico de handling e cultura tática está longe de se aproximar deles.
Pretende-se jogar à Inglesa quando a nossa capacidade de planeamento e disciplina tática de jogo não é, definitivamente, anglo-saxónica.

Não censuro a apreensão destes conhecimentos, antes pelo contrário, são altamente benéficas para encontrar marcos de evolução.
Parece-me é que no meio de tanta influência perdemos o nosso sentido.

Todos dão exemplos de aqueles, aquilo; os outros, aqueloutro. E NÓS??
Nós somos bons em que? Nós podemos ser melhores que os outros, onde? Nós temos que contornar as nossas fragilidades, como?

Falta caracterização e planificação do Rugby Nacional.
Não acredito que nós desportistas, treinadores, árbitros e dirigentes eruditos, universitários , Dr.s, Engº.s, Arqº.s, Profº.s, Empresários, não saibamos fazer isso... não!... Parece-me mais, falta de vontade... trabalhar dá trabalho!! ou será que não sabemos mesmo?...

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