14 de abril de 2004

Arbitragem

Não venho para aqui falar mal dos árbitros, porque em parte se eles não vão ao encontro das pretensões dos jogadores é porque os Clubes, também não participam no diálogo com esta classe e muito menos trabalham para encontrar indíviduos com boas capacidades para exercerem essa função, tão escassa em Portugal.
Como prova, recordo a convocatória que o CA fez a todos os Clubes a participarem numa acção conjunta à uns tempos atrás e na qual só participou a Agronomia.
Outra prova, é também, o facto de a maioria dos árbitros portugueses serem originários de um só Clube.

Assim cabe aos ditos existentes árbitros tentarem desenvolver-se por auto-recreação. Como tal, passo a enumerar pequenos pontos que julgo contribuirem para a melhor prestação dos mesmos (Atenção, não pretendo ensinar o Terço ao Vigário, aliás alguns promenores foram-me ensinados por actuais Árbitros. Pretendo apenas contribuir para a melhoria do Rugby em geral):

1. O Apito - A diferença de tom, ajuda e muito a um jogador apreceber-se, que tipo de infracção se cometeu: longo - falta, curto - erro/ paragem. Outro aspecto, já repararam que alguns árbitros internacionais apitam alto-baixo-alto, qual é a razão? Julgo que é uma combinação de sons bem mais audível e que prende logo o jogador. É uma coisa a ser exprimentada e analisada.

2. A Sinalética - Um Árbitro não está no meio do jogo a 'brincar' sozinho!! Todas as decisões que toma influênciam o jogo (já repararam... quem toma mais decisões num jogo?? Pois é). Se assim acontece, obviamente todos(jogadores, treinadores, espectadores) querem saber porque raio de razão, o homem apitou outra vez. Isto implica que a sinalética secundária seja clara, evidente e confiante sem ser autoritária.

3. A Razão - Sempre que um árbitro toma uma decisão este deve explicar a razão e não dizer que "é assim porque eu entendo que seja", obviamente não é para estar ali num discurso interminável, para isso se criou a sinalética secundária.

4. A Honestidade - Entrar no jogo de compensações é o principio do fim de um árbitro, todos topam. A única coisa que fazem é contribuir para o vosso descrédito (já ouvirem dizer, "epá coitado, ele nem rouba! o problema é que não sabe nada disto. Coitado!" - devo vos dizer que é comum ouvir estas palavras entre jogadores, treinadores e dirigentes).

5. A Violência - Lá porque vocês acham que aquele tipo até merece levar uma 'pêra', porque está a estragar o jogo. Vocês não são jogadores, foram! Agora são árbitros... a solução é simples, "porque que aquele tipo levou uma 'pêra'?", "estava onde não devia ou o agressor é um anormal?".
No 2º caso a solução é simples = encarnado.
No 1º caso a solução é prevenir que o 1º infractor vá ali parar. Como? Prevenção oral, se não resultar = amarelo por falta profissional. De todos os modos deve-se ademoestar o agressor.

6. O Pisar - Meus Senhores!... Ruck é Ruck! Quem está lá não estivesse! É isso que básicamente diz a Lei.
Cabeças fora nada... asseguro-vos, a confusão do jogo no chão acaba num ápice. Vejam os jogos da Parker Pen Shield.

Este é o meu ponto de vista como jogador e treinador.

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